O Museu de Joalharia Contemporânea – Alberto Gordillo, insere-se numa estratégia de desenvolvimento para o concelho de Moura que pressupõe a execução de diversos projectos de requalificação urbana, tendo em vista catalisar esforços para, que de uma forma integrada, contribua para ultrapassar a salvaguarda da imagem urbana, a reabilitação do tecido urbano, a melhoria das condições de habitabilidade, das infra-estruturas e do acesso a serviços e equipamentos sócio-culturais, que genericamente terão tradução em termos da qualidade de vida da população.
A criação deste Centro revela um carácter inovador e uma pertinência cultural que se expressa na natureza única de uma colecção de joalharia contemporânea. Não existe ainda em todo o panorama português um centro de joalharia contemporânea. A sua abertura irá atrair um tipo de visitante interessado pelo turismo cultural que irá certamente vivificará esta cidade do interior alentejano, assim como todo o território limítrofe.
Convém, também, referir que o Centro se reveste de grande importância no quadro do desenvolvimento local e regional, na medida em que a dinamização cultural, necessária ao desenvolvimento de localidades como Moura, faz deste projecto uma alavanca para o desenvolvimento do turismo cultural nesta localidade, e promoverá a dinamização da cidade nos mais variados domínios, designadamente, patrimonial, paisagístico e gastronómico.
Objectivos do projecto
Objectivos gerais:
- Valorizar os recursos, as potencialidades e os factores de diferenciação, como um motor de desenvolvimento e de emprego;
- Reforçar a capacidade de atracção turística e dinamizar as actividades económicas locais, através da valorização do património cultural.
Objectivos específicos:
- Fomentar o turismo cultural, através da criação de um equipamento diferenciado;
- Promover a diversificação da oferta de produtos turísticos, para aumentar o número de turistas e dinamizar o turismo interno (fins-de-semana, feriados, pontes);
- Valorizar o património histórico e cultural, promovendo o acesso aos bens culturais;
- Fixação da população residente e melhoria do bem-estar e condições de vida, para evitar o despovoamento.
Caracterização da população-alvo:
- População residente no concelho de Moura;
- Comunidade educativa;
- População residente nos concelhos limítrofes;
- Visitantes nacionais e estrangeiros.
Localização
O edifício onde está instalado o Museu situa-se na Rua da Vista Alegre, data do final do século XIX e serviu primitivamente de fábrica de sais minerais e posteriormente de quartel de bombeiros, arquivo e serviços de aferição da Câmara Municipal de Moura.
O edifício foi restaurado e requalificado pela Câmara Municipal com a finalidade de nele instalar um museu de joalharia moderna, mediante a doação por Alberto Gordilho de um vasto conjunto de peças de joalharia e ainda algumas esculturas.
O edifício é constituído por três pisos e terraço:
No 1.º piso situa-se a recepção, a área de acesso ao público e a sala de exposições.
No 2.º piso a unidade museológica contempla uma sala de trabalho para promoção do ensino da arte de joalharia e uma sala polivalente para workshops, encontros, conferências e entrega de prémios.
O 3.º piso comporta um espaço para arrumos e o terraço.
Descrição sumária da colecção de Alberto Gordillo
A colecção que integra o museu de joalharia contemporânea resulta de trabalhos que Alberto Gordillo reuniu desde os finais dos anos 50. A obra de Alberto Gordillo, joalheiro e escultor, destacou-se desde cedo, aos 12 anos iniciou a sua actividade com um tio residente em Lisboa.
Os materiais e as características extravagantes que imprimia às suas obras, fizeram dele o pioneiro da joalharia moderna portuguesa. De entre as muitas e notáveis peças que produziu, destaca-se o “Colar-Teia” elaborado com recurso a 300 gramas de platina e 150 brilhantes de talhe diverso, exibido na Bolsa de Diamantes de Londres e exposto no Museu Nacional do Traje, em Lisboa.
A ligação de Alberto Gordillo a Moura, de onde é natural, fez nascer o desejo de doar a colecção de peças de que é detentor à Câmara Municipal de Moura para que fosse criado um museu onde as mesmas pudessem ser exibidas.
Do conjunto das 226 peças cedidas para a exposição, algumas remontam ao inicio da carreira do artista, nos finais dos anos 50, e as restantes resultam de um trabalho contínuo e profícuo desenvolvido pelo autor ao longo dos anos, até aos dias de hoje.
São peças originais e reflexo da joalharia contemporânea, onde abundam materiasi tão variados como a prata e as pedras semipreciosas (a ágata, lápis-lazulli, ametista, quartzo, jaspe, malaquite), mas também o acrílico, componentes eléctricos e madrepérola.
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